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No estertor de uma sociedade

 
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No estertor de uma sociedade

Decorridos quase quarenta anos sobre a denominada revolução dos cravos, conclui-se por um lapso de tempo que se aproxima a passos de gazela do tempo de vida do famigerado estado novo. É que ninguém segura o tempo e se o tempo do estado novo foi uma eternidade, igual eternidade decorreu desde a dita revolução, de que se não vê terem emergido resultados que honrem com significativa energia a caminhada deste pais para a modernidade.
Considerando apesar de tudo que a mudança se impunha e que algo de positivo resultou, são tantas as cicatrizes e as equimoses ainda em carne viva vividas pelo nosso povo, que se não nota neste um convincente entoar de loas à governança (sucessivas governanças), que tem conduzido este país. Tem sido flagrante a falta de senso, de previsão de situações, por reconhecimento da nossa efectiva pequenez (já lá vai o tempo do império) a mais que visível ausência de condições para a ostentação de um nível de vida acima das nossas posses, escandalosamente estimulado por Instituições nisso interessadas e com a complacência de plêiades governantes sempre incapazes de verem à distancia. Penso que o facto de sermos um país pequeno não teria nem tem que nos forçar a uma atitude de continua subserviência perante os maiores. O tempo do poder dos grandes está a ser ultrapassado, pelo que não temos que abdicar das nossas responsabilidades num mundo novo e forçosamente mais justo que ao longe se anuncia em que os pequenos terão respeitável lugar, e em que temos que acreditar.
Quero terminar sublinhando que quero acreditar que caminhemos para uma sociedade em que o dinheiro terá apenas a importância que tem e não a inflacionada pelos humanos abutres que ainda enxameiam as sociedades. Estou a pensar na corrupção a todos os níveis e nos ordenados escandalosos que por aí se pagam, quer em Empresas publicas quer privadas. Sim terá que haver forma de estabelecer tectos, de acabar com escândalo. É urgente inventar formas de neutralizar esse tipo de abutres que desempenham funções de responsabilidade muitas vezes em áreas para que não têm competência. Sim acredito que sociedade venha em que o dinheiro não seja endeusado, como tem vindo a ser no sórdido espectáculo a que há muito temos vindo a assistir. Sim, porque ele (o espectáculo)não é só de agora.

Antonius

 
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luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 30/10/2010 19:01  Atualizado: 30/10/2010 19:01
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: No estertor de uma sociedade
Lucius,
Todos temos esperança de que as coisas mudem...
Bj aí para casa
Nanda

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 30/10/2010 20:57  Atualizado: 30/10/2010 20:57
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11255
 Re: No estertor de uma sociedade
Muito actual, um bom texto, como sempre um prazer de leitura

Beijos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/10/2010 22:32  Atualizado: 30/10/2010 22:32
 Re: No estertor de uma sociedade
Ola poeta Antonius

Os que me conhecem, sabem que tenho o defeito de ser transparente e dizer o que sinto. Assim, saberá que o lei-o mas sinto-me muito pequena para o comentar. Quero com isto dizer que não me sinto á altura de comentar o que escreve.

Li atentamente o seu texto de esperança para um País á beira da bancarrota. Um país outrora um império e com reservas de ouro. Hoje um quintal, mal governado e endividado.
Assim como se faz tudo em nome do Criador, se faz em nome do Povo. O único sofredor.

Mas acredito que um dia os tempos mudem e os Homens se fartem de guerras e prefiram viver em paz e com a riqueza bem distribuída.

Um prazer lê-lo Poeta

Beijo azul