Querendo ser alguém
É que aprendi a errar
Perdi-me com ninguém
Nesse negro luar
Alguém, já não sei
Em castigo, preso ao chão
Pagando dívida
Sou pena de pavão
Sou banal, quase duvida
Castigo ou maldição
Breves instantes que passo
Contigo, coração
Caminho sobre brasa, descalço
Querendo cair de solidão
Pisando a vida de embaraço
Diferente por amar
Sem saber o que é o amor
Tentando sempre disfarçar
Esta minha dor
Sem poder escapar
Para quê vingar no amor?
Sabendo que de mim, nada resta
Frágil como uma flor
E morto, como um poeta
Pedro Carregal