Depois da imensa chuva e da trovoada,
que inundou carros e estabelecimentos,
o sol perpassa, por entre as nuvens,
esgarçadas e rasgadas, pelo tormento,
vindo do céu, ameaçando mais chuva.
O rio está triste e acinzentado, nas suas
águas, que vão correndo fogosamente,
para a sua foz, aonde os pescadores,
não se fizeram ao mar, neste dia de bulício,
sem condições propícias, para se navegar.
Para lá do horizonte, o azul, como que
escurecendo, apregoa mais chuva, na tez
fatídica do céu, e, nisto, as flores, vão-se
fechando, preparando-se para receber
as águas, que teimam em cair, de novo.
Sibila o vento com força, golpeando
os telhados de zinco, arrancando árvores
e despindo jardins, levando as finas flores,
a quebrarem-se pela haste, numa tristeza
sem fim nem glória, jazendo inertes no chão.
As águas correm livremente, com o lixo
amontoado em bueiros, que sempre ficam
sem limpeza, apesar das muitas promessas dos
Municípios, que vêm de há muito tempo
e que não cumprem, com o pré estabelecido.
Em tempos de muita chuva a capital Lisboa,
é uma das cidades que mais sofrem, porque
o rio Tejo fica ao nível das estradas e sempre
que a chuva burila nos telhados e o vento é
mais arrojado o rio galga suas margens sem pudor.
Jorge Humberto
29/10/10