Traço a tinta da china em pele vegetal
as linhas da minha sina
com os cinco dedos que fazem um gesto
que vão além do entendimento global
e que não cabem num só lugar
Traço a saliva, numa aguarela sem cores
Os gestos que sempre sinto
traçados a tons do impossível e perpétuos amores
São gestos arrancados em gemidos
Que quanto mais gemem menos se ouvem os seus gritos
Gestos aflitos que acenam a um deus distraído
a dor que sempre vem à mão
e que ardem em ciúme e cio
Nesta geometria bi-dimensional
de ângulo abertos a compasso de espera
Overdose de gestos a traços tão finos
de quem faz amor até depois de morrer.
" An ye harm none, do what ye will "