Não percebes, serenata, o soar das flautas cantadas?
Que soam, que dizem em surdina para tu, minha amada,
a mais estreita e tão hiperbólica frase de amor,
alçando de todo modo sentir a pureza do teu sabor;
O liberto cântico que ávido gorjeia o desejo em você,
sente o ímpeto difícil de contentar-se em poder te ver;
numa sinestesia entrelaçada impiedosa que destrói,
confunde-se teu beijo com a distância, que só corrói.
Se pudesse envolver-te nos meus cantos e encantos,
mostrar o bem além e o mal aquém, sedento de prazer,
sei que jamais irias retornar àquelas palavras, dizer.
Por raios não encontro na flauta a desejosa melodia,
em notas passei, mas nada causou o que gostaria; logo,
vivo assim: pela nota e por tu, a procurar com agonia.