Moira e Fábia, duas estudantes universitárias, estavam sentadas num banco do jardim de Santa Bárbara, o mais bonito de Braga. o sol quente de Outubro ainda convidada a uma saída e a um passeio sem pressas. e elas que não eram de Braga davem longos passeios a conhecer tão milenar cidade. Antes que a chuva viesse elas aproveitavam o tempo disponivel. De repente esqueceram-se que estavam na cidade dos arcebispos e onde as pessoas são ainda muito conservadoras e começaram a fazer carícias nas mãos e a olhar de maneira cúmplice. Como ninguém lhes estava a prestar atenção, Moira beijou Fábia. Nesse preciso momento passou uma mulher, que não devia ter mais que 50 anos e ficou parada a olhar até que os seus olhos faiscavam de raiva e então ela começou a insultar as jovens e ia até mesmo aprestar-se para pasar para a agressão.
- Vocês saiam já daqui, suas ordinárias!... não vêm onde estão?... vão-se embora antes que eu...
- Ouça lá minha Senhora, nós estamos num jardim público e apenas estamos a dar um beijo inocente, disse Fábia tendo-se levantado.
Mas a mulher estava alterada e fora de si e foi a rápida intervenção de duas polícias que ali passavam que evitou o pior. Elas agarraram a mulher.
- Calma minha Senhora, o que se passa aqui?...
- Então estas duas meninas não se lembraram de se por aos beijos neste jardim? Façam o favor de as mandar embora daqui!... Isto é uma pouca vergonha...
Uma das polícias apontou opara onde estava um parzinho que parecia que se estavam a comer em público, mas a mulher não achou mal algum, pois era um rapaz e uma rapariga.
- Ouça, a Senhora vai ter de pedir desculpas a estas Senhoras, ou então vai ter que ir à delegacia responder pelo crime de homofobia e atentado à integridade física, basta que elas apresentem queixa...
- Se a Senhora nos pedir desculpas e prometer que nos vai respeitar quando se voltar a cruzar connosco, nós não fazemos queixa - disse Fábia.
A mulher lá pediu desculpas a contra gosto e comprometeu-se a respeitá-las.
As polícias ficaram alí junto das duas jovens mais um pouco e no final já tinham combinado um jantar em casa das polícias, que afinal até estavam casadas à pouco tempo e viviam muito felizes. Despediram-se e enquanto as polícias continuavam a ronda as duas jovens continuaram no banco e abraçaram-se muito. Ninguém aplaudiu a cena, mas elas também não estavam interessadas, apenas queriam poder expressar livremente o seu amor e o carinho quando alguma situação o proporcionasse, mesmo que estivessem num lugar público. O amor é para se expressar livremente, e se amar é crime, então vou alí e já venho!...
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