Ao fim da tarde
Perco-me na miragem da cidade
Pessoas soltas na multidão
Sem chama, face ou ilusão
É como um sonho…
A tarde adormecendo
O hálito a neon
E a mulheres perdidas
O som das coisas simples
E o silêncio
A magia dos contornos
E dos encontros nos botequins da sorte
Tudo é supostamente calmo e sedutor
O tempo não se conhece
Boceja ante os corpos entrelaçados
E os ébrios esguios e solitários
Batendo na calçada
O compasso incerto do destino
É a cidade o delito comum
A saga de uns e outros
A frase incompleta…esperando
O ritual
O cativar da brisa na paisagem
O suor e o sol
É como um sonho…
A noite chorando na escuridão da tarde
O rio embalando o olhar perdido das gaivotas
Eternas e sujas, como o rio
É o descrever de um circulo mágico futuro
Monótono
Indiferente
Metódico
Qual beijo traçoeiro…
E sou eu…
Pálido como a cidade
Distante como o mar
Rebelde como o rio
Livre como as gaivotas.
SaidSerra