Em meus devaneios
Sonhava realidades rôtas,
Estava eu pobre de atitudes,
Mas rico em palavras afiadas como agulhas
Experimentei o vazio de umas solidões,
Na esperança que uma delas me ensinasse a andar
Então no final sozinhos sempre ficavam,
Eu e meu sub-eu
A ociosidade não tem compaixão
Daqueles que não sabem usar o tempo,
Então acho que tive apenas pesadelos
Da cor de sombras que nunca tive,
Mas que queriam me tomar,
Com o objetivo de me tornar seu pó
Eis que quando olhei
Nos olhos de cada pesadelo
Pude ver uma pequena luz oculta,
Algo que acima de tudo vinha me salvar
Era a razão,minha razão
Lembrando o que eu era e o que eu nunca iria ser
Refletir sem generalisar,
Será isso façanha possível?
Tornei-me tão generalisador
Que em curto espaço de tempo
Mudei e desmudei de opiniões
Fagulhas me traziam chamas e explosões
No fundo me sinto fraco e vazio,
Mas um objetivo ainda me mantém de pé
Não sei bem o que é,
Mas sei que sempre me aventuro pelo caminho mais longo
Apenas pelo prazer de caminhar
Buscando não apenas chegar,mas aprender com cada passo
Os poemas,que tão negativos e rimava
Com minhas perdas e algumas desgraças,
Se recolheram e partiram em viagem
Buscando apenas um significado
Agora eis que estou tão ocupado e preocupado,
Que parei de tentar resolver
Aquelas certas coisas que nunca vão mudar,
Megulhei de cabeça em uma piscina,
Mas mergulhei de olhos fechados
Não sei se lá tem água pra me sustentar
E depois disso tudo,
Se olhares em meus olhos e perguntar:
Quem és tú?
Eu certamente não o saberei responder