Dueto entre o meu eu sensível e o meu eu insensível...
Sensível: Porque é urgente amar hoje sobre todas as coisas, colocar o amor sobre todos os sentimentos e os outros? É urgente ajudar os outros e ajudar-nos a nós mesmos. É urgente olhar os rostos e ver os corações. Quero eu ver o teu coração e ler-te a alma. Quero depois de ler a tua alma amar a tua escrita porque escreverás romances sobre o meu corpo.
Insensível: Para quê o amor? Para quê ajudar os outros? Tu olhas e ninguém te vê? Tu tens coração e nenhum coração se dá conta do teu. Olhas as almas e nenhuma alma se dá conta da tua. Ficas com a alma vazia porque nenhuma te enche. Enches então a alma de esperança para quê? Pára lá de suavizar a verdade.
Sensível: A verdade é a que pinto com o rosto daqueles que me olham com um brilho no olhar, a verdade é só uma. A minha esperança é verde como os campos de alegria que contagiam o sorriso das crianças que vivem dentro de mim e de todos os que se cruzam comigo.
Insensível: Já não és criança absolutamente nenhum, és adulta! Não vês que a pensar assim não chegas a lado nenhum? Por favor, abre os teus olhos ao mundo que te rodeia. É tudo uma cambada de in sensíveis. Ninguém te vê, ninguém te olha, ninguém quer saber... tu é que perdes o teu tempo. Tu é que... enfim.
Sensível: Cala-te! Tu não sabes o que dizes! Há no meu olhar mil e uma histórias de encantar e mil e um contos ainda por escrever, ainda há no meu peito, no meu coração, na minha alma imenso sentimento para entregar a quem por mim se cruzar, quero tudo, quero eternizar todos os momentos em textos, quero escrever e hei-de escrever e hei-de calar-te no fundo de mim. Há uma grande urgência de me soltar, esta parte sensível de ser!
. façam de conta que eu não estive cá .