És tão bela quando enxergo a luz do teu olhar,
me penetrando, me fascina, me deixando saciado,
mergulhado no prazer do teu gozo acalorado;
Logo então, nesse calor, ainda estive por um instante,
e percebi, em ti, um sussurrar arrepiante.
Quando olhas, desse jeito, assim distante,
desperta, em mim, uma paixão fulminante
que arde, queima e esbraveja
de raiva e mágoa por assim não tê-la.
Da paixão à ilusão do teu beijo, verdadeiro,
que o sabor do pavor não pude sentir,
ludibriado pelo tesão que da tua pele teimara em sair.
Queria eu de teus carinhos me alimentar
sem esse desdém, amargo, que insistes em me dar.
Mas, triste, não pode ser assim,
como disseram tuas palavras baixinhas para mim.