Navegando nestas águas,
Que por vezes são profundas.
Vamos acumulando mágoas,
E com elas, tu te afundas.
Navegando nestes mares,
Infestados por piratas.
Vais tentando dar-te ares,
Mas dessa forma te matas.
Nestas águas algo turvas,
E para evitares os piratas,
Fazes sempre muitas curvas,
E chegas a andar de gatas.
Sempre existiram piratas.
Mas não tantos como agora.
Ouro, pratas e até jóias,
Tudo voa, ou vai embora.
Vão-se embora os anéis.
Ficamos só com os dedos.
E mesmo os mais fiéis,
Acabam ganhando medos.
Medos, de tudo perder.
Do que fora amealhado.
Do que não se quis vender,
Que acaba por ser roubado.
zeninumi.