Olho um país leso
Malogro a arrepiar caminho
Dou por mim e envelheço
Tal como envelhece o ninho
De um pássaro que voou além
Das asas que a vida lhe deu
Esta terra de ninguém
Teve sorte que encolheu
Em cada virar de costas
Em cada salto para o ar
Olho um país, falas tortas
Na hora de lamentar
Um destino de muito fado
Uma herança à revelia
Um tesouro a ser guardado
Que nos acena quem diria
Com pedaços de memória
Dos tempos de pés descalços
Portugal triste vitória
Que não previu os percalços
De andar além das pernas
Os joelhos se vergaram
Agora choram as gralhas
Pelos trocos que gastaram.
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...