Desde tempos imemoriais que Deus está no centro das meditações e dos questionamentos do homem. Hoje, volvidos tantos séculos de pensamento e investigação e cultura e "contraditório" entre religiões diferentes e dentro das próprias religiões, entre culturas e concepções diferentes e até antagónicas, podemos reconhecer que todo o tipo de tentativas foram feitas (e continuam a ser) pelos homens de cultura e de ciência para "afirmar" ou "negar" Deus.
Mas Deus não é uma teoria, nem é uma hipótese. Deus não é uma filosofia. Nem é uma explicação. É certo que tudo pode ser teorizado e questionado sem limite. Se Deus fosse uma hipótese, ou uma teoria ou uma filosofia, não causaria mais dificuldades do que as questões sobre qualquer outro assunto. Nenhuma teoria, filosofia ou religião consegue transformar uma coisa naquilo que ela não é, ou fazer com que ela deixe de existir. Mesmo aqueles que (apenas) teorizam ou filosofam sobre Deus sabem que teorizam sobre um mistério, sobre o mais antigo e inesgotável dos mistérios. Os que acolhem Deus "revelado" nas suas vidas vivem numa relação construtiva e edificante com esse mistério, uma relação cujos termos são parte essencial da revelação.