Através da noite sem fim, em meio à dor
Eu a beijo
Depois da tormenta, na manhã ensolarada
Eu a beijo
Entre as carrancas amarguradas, dos que gratuitamente me odeiam
Eu a beijo
Sob o sol escaldante, nesse meu sertão tórrido, na brisa que sopra
Eu a beijo
Entre a ignorância do mundo e o cinismo dos canalhas
Eu a beijo
Diante da mesmice do dia-a-dia e da indolência das almas
Eu a beijo
Entre as dores das lembranças e os espinhos da experiência
Eu a beijo
Nas derrotas e nas vitórias desse nosso eterno digladiar com a vida
Eu a beijo
Como canção, rasgando o silêncio da minha solidão
Eu a beijo
Como poema que dilacera o coração
Eu a beijo
Num gozo de prazer sexual
Eu a beijo
De olhos fechados
De olhos abertos
Às escondidas
Diante de todos
Para a minha, à nossa alegria
Beijemo-nos
Como resposta e questão, início e fim, como morte e ressurreição, pela Rosa que habita em mim…
Quero o ósculo da Rosa