A Roberto Bolaño,
Pega no teu livro e expõe-no ao vento,
Ao sol, à chuva, a todos os tormentos,
Pendura-o pela capa resistente,
A ver o que nele fazem os elementos;
Pendura o teu livro no deserto,
Vê como é robusto e resistente,
E ainda que, matéria indiferente
Se alça num invisível protesto;
Do que fala o teu livro, Amalfitano?
Fala de geometria ou de demência?
De sofrimento, morte ou inocência,
Ou de vida, tão só vida?
O polígono, a secura de um polígono,
O círculo, o quadrado, o triângulo,
O hexágono, o pentágono, o losango
Verdade+Verdade
Vida
Impossibilidade