As sombras que no meu quarto vejo
Não são mais que o desejo de me evadir
Abro a porta e logo elas se desfazem
Na falsa miragem de se desistir
Se aparecer a lua pintada no chão
com o seu luar
As faces remotas dessas sombras mortas
vão-se desculpar
Deixam-me sosinho nesse mau caminho
de indecisão
E com os pés descalços eu dou passos falsos
de imensidão
As sombras que no meu quarto via
Mera heresia de querer crescer
E o tempo é um sorriso dos que eu preciso
Para não dormir
E se nasce o dia sem qualquer valia
Ou sombra reter
Fica a evasão dispersa no chão
Para a brisa erguer
SaidSerra