Esta noite sinto-me mal. Podre, baixo. As palavras metem-me nojo. Sinto-me enjoado, saturado. Nunca pensei que errar pudesse fazer-me isto. Hoje julguei-te sem culpa, fui precipitado e aprendi uma lição. As palavras metem-me nojo. Aprendi que uma simples letra pode mudar toda uma frase e levar-me a cometer erros graves. Vou contar-te uma história. Não. Conto depois, pessoalmente. É que hoje as palavras metem-me nojo. A essência da palavra. Hoje desconheço-a. No entanto escrevo agora para não dar em louco. Mas as palavras metem-me nojo. Hoje passei uma boa hora a falar de ti. Fui em busca de um porto de abrigo neste caos em que divago. Hoje as palavras metem-me nojo. Corre uma lágrima no meu rosto. Será uma simples reacção do meu corpo? Será que choro por saber que agi mal e magoei alguém? Ou será que choro por sentir obrigação de receber em mim toda a dor que causei em alguém? Não sei. Mas as palavras metem-me nojo. Não quero com isto pedir-te desculpa por um erro cometido. As desculpas não se pedem. Evitam-se. Quero sim dizer-te que hoje aprendi muito. Hoje evoluí. Hoje descobri que as palavras me metem nojo. Hoje senti de verdade o que significa amar.