Poemas : 

incandescente

 


A noite. A cidade. Os passos. Os nossos passos.
Engolimo-nos na cidade desta noite.
Fizemos do tempo sofá.

Ainda trago nas mãos o cheiro das horas que abraçamos.
Nos dedos todos os segundos. Contados. Acesos.
Na palma da tua mão o meu rosto, esculpido nas palavras que dissemos.
Soltas.
Sem outro significado que não o que os sentidos colheram.
Mesmo naquelas que não dissemos e que os olhos atiraram para dentro do corpo.

E o tempo - no sofá. À espera.

O relógio acordou.
Mostrou-nos que as horas também abraçam. Os minutos. Os segundos.
E outras e outros virão.

Só os dedos das nossas mãos sabem se irão ser contados.


 
Autor
freitas.antero
 
Texto
Data
Leituras
2342
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
22 pontos
4
1
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/10/2010 16:53  Atualizado: 22/10/2010 16:53
 Re: incandescente
E o tempo - no sofá. À espera.


Se os sofás falassem?


abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/09/2014 22:42  Atualizado: 18/09/2014 22:42
 Re: incandescente
"Ainda trago nas mãos o cheiro das horas que abraçamos.
Nos dedos todos os segundos. Contados."

Putzzzzzzzzzz!! tentei imaginar o "cheiro das horas"mas não cheguei nem perto,mas deve ser muito demais!o legal dessa composição é a capacidade da casualidade,tipo:tô nem ai... Na boa,no sofá,parece que ele (o poema)foi gerado em um momento tranquilerrimo,vc tem aquele jeito raro, de chegar,marcar e ficar. valeu ai,que musica é aquela do teu video happy?