O sonho
embeleza subtil,
as sombras de encanto
dos vultos de espanto,
num só olhar
de fiel admiração!
Num antro de pedra
dormita o inconcreto olhar
que se perde no absurdo,
que só o sonho arquitecta
em contornos de luxo…
-Silêncio.
Um grito!
O queixume desesperado
que se prende nas oscilações
deste nosso inconfesso mundo!
…de novo
o mesmo silêncio…
e um novo grito
da mesma boca,
que os lábios prendem
em sulcos de concavidade
…o silêncio
ou o grito do sangue
quebrando o sonho
que tento adormecer
neste silêncio vão,
do não acordar,
do real dos céus distantes!