Quando passo a fronteira
Lá a vejo altaneira
No seu olhar vigilante
Vê-la é sinal de verão
E ela nos estende a mão
Saúda o emigrante.
Gigante em Portugal
Tem o dom original
De vigiar Norte a Sul.
Pisca o olho ao Marão
Um sorriso ao Caldeirão
Quando o Céu está azul.
Ó Serra da Estrela
Imperial montanha
És a mais singela
De beleza tamanha.
Nas nuvens escondida
Acaricias a Lua
Tu nos dás a vida
Na flora garrida
Essa flora que é tua.
Visitá-la é um prazer,
Respirar seu ar é viver,
Ela é um mundo diferente
Ouvir os pássaros chilrear,
De plenos pulmões cantar
Um Hino ao Sol Nascer.
Tens inverno rigoroso
Mas também queijo famoso
Já não falando das trutas.
Partir, é só saudade
E para dizer a verdade
Não visitei as tuas grutas.
A. da fonseca