Poemas -> Introspecção : 

Tão-somente só

 
Sinto-me tão só
Como quando nasci
E não te senti
Um corpo
Com um colo aberto

Queria virar-me ao contrário
Voltar ao ventre materno
E dizer-te
Só...a ti:

- Vem-me visitar
E faz do meu caminho
Um sol nascente
A cobrir-me o corpo todo

A saltitar por entre as memórias
Que me dizem de nós
Eu me contradigo
Nos nomes que invento
E nas horas mortas
Fecho os olhos
E choro baixinho

É este silêncio uma dobra
Num lençol dourado
Onde escrevo
O teu nome
Para que no fim
Me nutras a alma
Já que o corpo
Mata a minha fome
Derrubando muros
E a minha sede
A beber os sonhos
Afogando
Momentos meus e teus
 
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ÔNIX
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Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 17/10/2010 13:49  Atualizado: 17/10/2010 13:49
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Mensagens: 3482
 Re: Tão-somente só
e em silêncio se bebe este poema.

beijo


Enviado por Tópico
HelenDeRose
Publicado: 17/10/2010 18:42  Atualizado: 17/10/2010 18:42
Usuário desde: 06/08/2009
Localidade: Sorocaba - SP - Brasil
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 Re: Tão-somente só
A memória é um abrigo da mente só. Ainda bem que somos livres no pensamento. Seus escritos tbm dizem muito de você, Onix. Um ótimo domingo.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2010 22:46  Atualizado: 17/10/2010 22:46
 Re: Tão-somente só
Ola Dolores

Poema onde a solidão é puramente existencial. A fuga e o querer voltar a nascer para viver de novo. Talvez onde a simbiose da alma se complementa.

Um poema Maior, exímio.

Beijo azul


Enviado por Tópico
luciusantonius
Publicado: 17/10/2010 23:01  Atualizado: 17/10/2010 23:01
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 Re: Tão-somente só
Estimada Dolores
A angústia existencial é o que sinto evidenciar este belo poema. A solidão é uma visita que está inscrita na nossa passagem pelo tempo, e sempre fatal fonte de sofrimento. Mas sempre há em nós energias capazes de nos arrebatarem para infinitos compensadores. Gosto muito de a ler. Desafio-a a uma maior assiduidade, para enriquecimento deste site.

Um abraço do amigo
antonius