Corpos inseguros
Estranhas ilhas
Na epiderme da terra
Onde somos imensos
Pequenos lapsos intensos
Revelam
Meu corpo árido
Estranho
Ilha insegura
Fruto de guerras
E te(n)sões
Tua boca ávida
Chupa
E semeia
Num gesto perfeito
Nosso cotinente-ilha
Inteiro
Revelo teu corpo ártico
Incontinente bebo
Teu leite
Lavo teus olhos
Friezas ásperas
Me arrastam
Pelas águas atlânticas
Nossas ilhas se chocam
E submergem
Sonâmbulas
Para além do eldorado
Terras em transe
E em transe(a) perfeito(a)
Eu te traço
Curvas
Nas águas turvas
Nossa ilha revela
Escombros de nós
Vícios de guerra
E espólios
Do chão de mundo
Em que planto
Teu leite
E onde nascem meus olhos
Nesse continente-ilha
Meu corpo úmido
E cálido
Submerge
Entre crônicas ácidas
História incerta
Nossas ilhas se afastam
Gélidas
E catatônicas
Teu doce dissolve
Em minha boca
Aberta