Enfrentando a fera com o teu corpo,
para que esta não alcançasse as
cadelinhas, que tu inteligentemente
puseste em cima de um carro, no grito
surdo e aflitivo, ninguém se dispôs a
ajudar-te, com medo da fera à solta.
Foram horas de angústia, com a besta
a latir para ti e a tentar alcançar as
meninas, chorando baixinho, de medo,
no cimo da chapa fria e que tu
circundavas para a besta não lhes fincar
o dente e ver o sangue que a alucinaria.
Passaram-se não sei quanto tempo, mas
pareceram horas intermináveis, nesse
sufoco que te dilacerava a voz, de tanto
pedires socorro em vão – e a fera ali
espumando, de raiva e frustração subindo
nas costas de uma das cachorrinhas
que logo tu retiravas, machucando-te de
encontro ao carro, mas tinhas de protegê-las
e foste buscar forças e coragem, que só o
amor nos dá. Por fim, quase desmaiando,
lá houve um pessoa que lhe desviou à atenção
e com as duas cadelinhas debaixo dos braços
correste para a salvação, da casa de um casal.
O dono do Pit-bull, pediu desculpas como se
isso basta-se, esses animais são para andar de
coleira, com os donos por perto, pois a índole
deles é atacar, são ensinados a isso, pobres
animais, que já têm em sua génese a luta e ainda
os atiçam mais, levando os pobres cães, para
lutas a dinheiro, até à morte de um dos
cachorros. Deviam ser presos quem fosse deveras
apanhando com um desses cães sem coleira,
andando no meio das gentes sem dono nem
protegidos conta os ataques, pois há açaimes.
Jorge Humberto
16/10/10