# o presente era o mais perto que jamais se poderia chegar do futuro, mas a monotonia do comerciante ignorava as entranhas e as deixava azedar
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quando relembrava os tempos em que tinha perdido a cabeça pra valer sempre sentia uma doce agonia, eco que as emoções tinham em tanto espaço
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as melhores coisas da vida, quando estamos doentes são nossa cura, se estamos sadios são nossos exercícios - mas ao rirmos são nossos dentes
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não era simples questão de otimismo ou pessimismo, se o copo pela metade estava meio cheio ou meio vazio: a boa visão diria que estava ambos
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todo pensador leal em certo momento encontra sua maravilha e se indaga: quem deve agradecer a quem, a alma ao homem ou o homem à alma, quem?
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somente através da fraqueza da exaustão se alcançaria a impetuosidade do poder, só o sapato malhado de asfalto traria todo conforto almejado
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sua regeneração não estava tanto em abandonar seus vícios mas em torná-los ferramentas de fortalecimento - que capoeira, quando cai, cai bem
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construa e eles virão: este foi o melhor lema desde a mais tenra idade e ainda haviam muitos campos a delinear, muitos fantasmas a ressurgir
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no cambalacho descangado sem acentos vai-se empatumado, vai-se de liturgias e chicletes massudos de mascar, vai-se de salada de fruta e aniz
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explorei muitos caminhos do homem mas este do deus que dança é o mais forte e leve, a borboleta mais colorida: quero tudo afirmado mil vezes
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o maior pecado do homem era não ter se divertido mais em sua história: todo conhecimento era indigno se não desembocava em um novo brinquedo
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de infinitas sendas ao futuro raramente era escolhida a mais bela, a mais verdadeira, talvez porque era a mais violenta, a ira inconsequente
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sem abrir janelas o quarto sufoca e morre mofado, sem abrir os olhos a mente treslouca e se subtrai opaca: só o sol troca a dor por nova cor
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encontrar na urbe uma pessoa emocionalmente equilibrada era quase como achar no deserto uma estrela do mar - oceanos de outrora fossilizados
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talvez o gesto sublime só fizesse mesmo parte do universo dos narcóticos, mas mesmo o bailarino torpe e doudo não escapa duma calmaria viril
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gostaríamos que tudo que somos fosse causa de nossas intenções, assim mudando intento apagaríamos o tormento - mas ele insiste na plangência
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a tarefa dizia respeito à criação de um novo tipo, ou de novos tipos, do homem superior - estariam dentre os que criam seus próprios hábitos