Ah, maldita, que me tiras anos de vida,
não me dês espaço para que eu fuja de
tuas garras – sabores a carne apodrecida,
qual animal esventrando a sua vitima…
Outras vezes te venci e sei ser mais
forte de que tu, que apanhas as pessoas
incautas, para delas te apoderares,
da fragilidade que não desvendas…
Sim, hoje estou num mar de depressão
e o sol não tem mais o brilho de outrora,
em que meu olhos navegavam marés,
barcos rumando a seu distinto porto…
A minha balada em ascensão enfatiza
a pouca importância que lhe deixo,
mas ela insiste e estende seus tentáculos,
sufocando-me no éter dos dias…
Dos amigos a primazia para sair deste Cela,
do meu amor, a paixão, em cada palavra,
que eu absorvo como se tivesse uma grande
sede, na vontade enorme de viver outra vez…
Vai-te, demoníaca! teu lugar não é aqui, e,
eu, sou jovem demais para partir tão cedo…
Não me vencerás, e travarei lutas contigo,
até que te vás de vez para os confins do inferno…
Quero voltar a ser feliz, vendo as andorinhas
voar, estar junto de minha amada e de meus
amigos, que tudo têm feito, com orações
Para que eu resgate a minha pessoa agnóstica…
Sim, sou agnóstico mas creio na fé dos outros
que não olham para mim com preconceitos,
e de suas correntes irmanadas pedindo ao
Universo, que cuide de mim hoje e sempre…
Jorge Humberto
15/10/10