Noite; estou só, apenas sentado,
só meus olhos viajam na paisagem
de desordenados objetos imoveis
cujo caminho é um móvel no quarto.
As mãos procuram sonhos no repouso,
pois fazem da mesa uma pequena cama,
utilizam um lápis como travesseiro,
como lençol, apenas uma folha branca.
Tempo conspira, destino não chega,
olhos impacientes, dedos movimentam,
mãos inquietas, escapam do sereno,
cubro-as com meus pensamentos.
O sono profundo se faz novamente.
A viagem agora é suave com sonhos
e também a paisagem se movimenta
pelas cobertas que são serenas.
Então sem saber como acontece
Meus olhos dormem para as mãos,
e num murmúrio dizem sorrindo,
acordam, chegamos! Ela esta vindo.
Na magia do levantar o lençol mostra:
Encontrei você nas palavras soltas
de uma folha que consegui regar
com pequenas gotas de orvalho.