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A Profecia Maldita

 
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Chamo-me raiva
E estou grávida
De um grito agudo
Que carrego
Dentro de mim

Foi gerado à força
Numa cópula maldita
Num beco escuro
Entre o fio de uma navalha
E uma parede fria

Hei-de pari-lo
Numa noite destas
Quando voltarem os lobos
E uivarem em coro
A uma lua incandescente

Nesse preciso momento
Algo rasgará o silencio
E ouvir-se-à
Um eco estridente
De um grito medonho
Que galgará
Os muros do crepúsculo
Até ao cabo do infinito...

Devastará cidades
E províncias
Ensurdecerá os vivos
Paralisando-lhes o resto dos sentidos
E ressuscitará os mortos
Que se erguerão dos seus túmulos

Nesse dia
Cumprir-se-à a profecia
De todos os demónios
Que na terra habitam
Há milénios
Disfarçados de homens comuns...

E alguém anunciará a boa-nova
Que ditará os destinos
De um mundo decrépito
Corrompido e moribundo
Mesmo à beirinha do colapso

Nesse dia
Ouvir-se-à
De uma voz cavernosa
Uma só frase

Uma frase curta
E seca...
Nasceu a besta!


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*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

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Publicação original: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=82744
 
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cleo
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Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 14/10/2010 20:58  Atualizado: 14/10/2010 20:58
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
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Mensagens: 6700
 Re: A Profecia Maldita
Cleo,
Esplêndido!Que poema forte!Creio que tal profecia já cumpriu-se...
Bjins, Betha.

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