As paredes jazem hirtas
Referindo o silêncio
Sem nada contraporem
Paredes sem suas janelas
Órfãs de todas as portas
E de tantos outros conceitos
São tornadas malditas
Pelo cálido calafrio
Com que ao sentir ferem
Elas que foram tão belas
Hoje estão por demais tortas
Repletas de cruéis defeitos
Paredes de tantas efemérides
Nos encontros de amantes
E de muitos negociantes
Elas que ostentam as lápides
Das eternas melancolias
E outras constantes frias
Robustas placas inertes
Que presenciaram vivências
E muitas outras eloquências
Paredes de todas as vestes
Total êxodo de inocências
E espelho de tantas violências
António MR Martins
2010.10.11
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...