Quando 2 seres se olham
E todo o corpo reage,
As almas se entrelaçam
E são projectadas pra longe.
Quando um sorriso desperta
E se torna em chamariz,
O coração fica alerta
E palpita, bombeia feliz.
Será amor? Será atracção?
É algo cintilante
Como o rasto cósmico dos cometas.
Será amor? Será paixão?
É decerto algo deslumbrante,
Como aquelas malditas borboletas
Que nos levantam do chão.
É bom, estou certo!
Mas as singelas borboletas
Depressa ficam cansadas.
E então se cai coberto
De nada mais que simples tretas
De vidas confusas e amaldiçoadas,
De outrora belas, agora mortas,
Violetas.
Foi bom, correcto.
Sorrir, tocar, beijar...
Simples, forte, concreto.
Exprimir, partilhar
E sempre, claro, sonhar
A continuidade do trajecto.
Mas há sempre a possibilidade
De nos perdermos da rota.
Então adeus continuidade,
Adeus sonho idiota!
A constante e longa procura
Por aquela criatura encantada
Depressa se torna tortura
E inspira a desistência
Da jornada inacabada.
Perde-se a consciência,
Que demora a ser recuperada.
Daí nasce o medo de amar
O fim da épica crença
Em príncipes e donzelas encantados.
Mas não vale a pena lutar,
Pois ainda não há o que vença
O poder dos corações entrelaçados,
A influência da alma a sonhar.
Os bons momentos passados
Serão pra sempre lembrados
E sempre voltarão pra relembrar
O quão seria bom voltar
A sentir, a partilhar, a sorrir, a sonhar...
Tudo o que é necessário
É continuar a acreditar
Não desistir, saber procurar
Olhar tudo o que nos rodeia
Minuciosamente analisar o cenário,
Ter uma mente aberta,
A caixinha dos sonhos sempre cheia
E aquele olhar sempre alerta
Mas acima de tudo e de todos,
Há que não ter medo de amar!
"Even though i walk through the valley of the shadow of death, i will fear no evil..."
Poema dedicado a uma amiga, em resposta a um texto que frisava o medo de amar.
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