Cem Palavras
Precioso, seguem para você algumas palavras minhas. Falo pouco, tenho dificuldade de me expressar verbalmente. Mas no princípio era o verbo e se fez carne… Era preciso de alguma forma compensar esta necessidade. Verter as palavras na mesma intensidade dos sentidos a cada evento do sentir, do imaginar, do sonhar, sempre envolta na vivência de uma semi-realidade. Realidade, surreal, sempre meta, além de…
Aí me encontro, aí me perco, mas sempre encontro caminhos e caminho, mas nem sempre sei onde estou. Uma vez sentindo, às vezes, consigo descrever. Acho que só me restou escrever, uma vez que as palavras sempre calam, o que o sentimento nunca acha, mas sempre procura. Assim não se surpreenda com a simplicidade dos conteúdos, nem me imagine num retrato, não iria me encaixar, porque sou plural de mim mesma.
Por isso finalizo lhe contando este conto, onde me perco e me encontro.
Ela se perdera novamente em devaneios…
Ele dissera a alguém que insistira em relembrar…
Conformado:
_Passado é passado.
Mas para ela que ouvira, o alguém ouvir…
Surpresa pensara: Que presente este presente. Esperara. E ele lhe disse sem infinitivos nem reticências, inebriado. Fitando-lhe de perto, com seus olhos cerejas, cor do mar…
_ Se permaneces não há pressa.
Então naquela promessa decidira deixar o barco andar à deriva, porque ele sempre vai a algum lugar.
Entretera-se…
Agora já é outro dia.
Que bom o sol brilha outra vez, pensa.
E falando para o seu amado, mais perto do que esperava:
_Que sonho bom, que sonho bom. Acorda amor, já é dia, já é hora...
Ibernise.
Barcelos (Portugal), 31.08.2010.
Núcleo Temático Filosófico.
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