Poemas : 

O Sono

 
Tags:  corpo    sono    doença  
 
O Sono
 
Dai-me um corpo fraco,
Corpo de excelente conforto – frágil,
Submisso sobre o colchão da espera.

Torna a respiração lenta, e seca.
Com a voz em murmúrio, luto sincero.
Comoção das velas no escuro.

Que o corpo afogue entre lençóis e almofadas.
E encontre o fundo líquido, amniótico –
Lago jurássico, piche pulsante.

Quero o corpo ignorando a vida.
Não sabe, o corpo, estar doente.
Sabe a alma, que nega o sol.

Dai-me um corpo vazio de si,
Torna o orgão um símbolo, ou um fantasma.
E que o coração bata monótono tambor.

Agora, durmo para despedir o corpo.
Em um passo sideral, adoto distancias,
Arrasto estrelas para o meu interior oco.

E se um coágulo explode em rosa,
no topo do pensamento último, pressinto
que só durmo para Despertar.


"Umbigo inverso"

 
Autor
FATUMBI
Autor
 
Texto
Data
Leituras
983
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/10/2010 16:15  Atualizado: 09/10/2010 16:16
 Re: O Sono p/ Fatumbi
A sua poesia possui a qualidade impressa na forma e no conteúdo. Coisa de gente que tem o que dizer e sabe como.
Gostei muito,
serabene.