Dai-me um corpo fraco,
Corpo de excelente conforto – frágil,
Submisso sobre o colchão da espera.
Torna a respiração lenta, e seca.
Com a voz em murmúrio, luto sincero.
Comoção das velas no escuro.
Que o corpo afogue entre lençóis e almofadas.
E encontre o fundo líquido, amniótico –
Lago jurássico, piche pulsante.
Quero o corpo ignorando a vida.
Não sabe, o corpo, estar doente.
Sabe a alma, que nega o sol.
Dai-me um corpo vazio de si,
Torna o orgão um símbolo, ou um fantasma.
E que o coração bata monótono tambor.
Agora, durmo para despedir o corpo.
Em um passo sideral, adoto distancias,
Arrasto estrelas para o meu interior oco.
E se um coágulo explode em rosa,
no topo do pensamento último, pressinto
que só durmo para Despertar.
"Umbigo inverso"