Aerólito
Teofania da queda, mensagem, herança.
Lágrima celestial, Angélica errância.
Corpo fagulha, sêmen do universo.
Chuva no ventre do não-nascido.
Hora parada, noturno disperso. Ponto
Cintila – alvo no olho do abismo.
“As trevas são Pai-Mãe”,
“A luz, seu filho.”
Queda no denso, um outro espaço:
O vazio se fecha
No ocaso.
Inconcebível e desconhecida
A luz é olhar das trevas.
Um passado em passos que olvido,
Enquanto a esperança
Escada abaixo,
Arrasto.
Desejo, desejo...
Existir solar no
Ânus dourado – Amor
Invisível lapidado,
Puro cristal do pensamento.
O ouro da aurora no excremento,
Calor da falta, fugidio crepúsculo.
Tudo provoca uma fuga.
Mas onde está o silêncio?
Dentro do Eu desconhecido,
Secreto de si, ser pulsante.
Entre-se, no alígero instante,
Da linguagem que se perde.
Pois a ti pertence o reino a justiça a graça –
Por todos os ciclos geradores.
Incessante Alento Eterno.
Ovo virgem, imaculado.
Seiva triste e leitosa
Da vida, branco coágulo
Nos mamilos da Mãe Raiz.
“A luz sou Eu.”
"Umbigo inverso"
Inspirado em M.Blavatsky.