Ao longe as luzes
da cidade,
tentam dar vida,
à noite que se anuncia.
Ao lado tristes figuras
da mocidade,
tentam dar vida,
à noite do crack e cocaína.
Na passagem pelos viadutos
há também os condutos
onde se cheira,
o perfume da morte traiçoeira.
Na passagem pelas ruas estreitas
há impaciência e buzinas
onde se enfrenta,
o odor da poluição da gasolina.
Não apenas o sol se vai
Como a vida se esvai
Feito ampulheta
Mas, parece um cometa
Do que restará
desta vida padrasta?
O que vingará
nesta vida madrasta?
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em outubro de 2010, inspirado em um cena observada embaixo de um viaduto, na cracolândia da Mangueira, Rio.