Estou à janela,
À espera que voltes.
Depois, canto com o rádio,
Uma daquelas baladas.
Desculpa, mas agora
Não sou ninguém para consolar-te.
Estou a cantar uma balada
E morro aos poucos.
Estou emocionada e sensível,
Perco as forças, pouco a pouco.
As lágrimas do que sou
Querem arrombar
As portas e correr livremente.
Quando passares pela janela,
E me disseres adeus,
Se eu não vir
É porque estou a olhar para o tecto,
Para tentar conter as minhas lágrimas,
Que lutam, cada vez com mais força,
Para sair.
Oh, fizeram muita pressão,
No que sou e fui,
E as lágrimas escorreram-me
Pela face abaixo.
Se me vires chorar,
Dir-te-ei que não estou a chorar,
Dir-te-ei que estou cansada,
E ir-me-ei deitar.
A poesia é a alma, a alma, somos nós, por conseguinte, nós somos poesia...
Imagem: olhares.com Autora: rute