Tem correntes que me levam
Tem ventos que me trazem
Sou desses barcos que navegam
E que nunca encontram margem
Por vezes eu me durmo
Com meus olhos tristes abertos
Por vezes eu sou o fumo
Dum fogo de tamanhos incertos
Eu não posso caminhar por ti
Nesses caminhos tão pouco meus
Eu não quero estar aqui
Ajoelhado esperando por Deus
Estou sujo pelo meu pó
Não me peças para ser quem era
Se não vens deixa-me ir só
Sozinho buscarei a quimera
Deixa-me só
Cala a tua voz
Suprime o teu beijo
Dá-mo amanhã
Mas amanhã não sei de nós
Só o desenho te deixo
Limpa-o
Guarda-o
Esquece-me
Se um dia nos encontrarmos
Talvez possamos até falar
Contaremos capitulos vários
Desta história por explicar
Percebe-me
Desculpa-me se preferires
Agora deixa-me só
Agora tenho de ir