É incrível, como as coisas mudam, com a excepção de um curto-circuito cerebral, é assim que lhe chamo ao estado a que eu cheguei.
Não tenho melhor nome para o descrever; como tu, o teu nome não posso dizer.
São tantos os momentos mortos que, parece estar a levantar-me da sepultura onde me largaram, e fiquei. A vida caminha para o fim, o fim caminha em meu encontro e eu?Eu, escondo-me por trás de mim para não encontrar o fim. Um ódio esquecido, para mim sem amor de pai, um momento um silêncio e escrevo o que não quero, porque sou eu quem escreve, e penso, posso estar errado.
O meu olhar é-me estranho, e porque falso, penso, porque penso no bem e no mal.
Como qualquer olhar esconde o que nos passa pela cabeça, digo, omite a verdade, para quem tem sentimentos, chega a ser falso mesmo que com razão e para com a razão.
O meu eu, a manipulação.
Diz-me, sentes o mesmo? Eu sei, sim estou a falar com um louco, com as mãos de um louco mas, e será que posso falar com mais alguém? Devo? Não quero, não posso e sofro.
As mãos de um louco, não dizem pouco.
São tantas as perguntas, tantos os sentimentos e remorso que até assim espero ser tentado.
Sim, diz a minha mãe, o remorso é cúmplice da saudade. Não por mim ou para mim, o remorso são os outros, o remorso existe porque existem os outros.
Os filhos da mãe.
Manuel Rodrigues