Como senti tímido, o teu beijo
Um beijo, que se arrastou, em desejo
Ao longo de tempos, sem fim…
Porém, eu senti os teus lábios a tremer
Eu sinto, em ti, o desejo a arder!
Ah, que fervor isso causa, em mim…
Esse, teu olhar tão doce… Devasso…
Em pensamentos põe-me a voar…, a voar…
E eu não consigo, mais, me conter.
O meu coração bate, num acelerado compasso
Eu beijo-te o pescoço, os seios, num, nunca mais acabar
Sinto-te a ficar dormente - a desfalecer…
Louco, eu percorro o teu corpo, de lés a lés
E beijo-te, desde a cabeça, até aos pés
Quero tocar, em cada recanto, em cada curva
Vendo-me, perante o teu sexo, que eu sinto melado
Eu sinto-me, alienar-me, por um desejo, obstinado
Até, o meu pensamento e a minha a vista, se turva…
Oh, ânsia, esta, que eu tenho, de te engolir
Louca ânsia é, essa, a, de teu corpo possuir
Uma voraz ânsia de, em ti, me entranhar…
Enrosco-me, em teu corpo, em mil beijos de loucura
Enquanto, tento, na mais louca procura
Encontrar o mais doce modo, de te penetrar
É o céu, é as estrelas, é as entranhas da terra
É um homem, é uma mulher e é esta doce guerra
Do querer dar prazer, no viver de uma entrega
É o viajar, em segundos, por um sem fim de mundos
Voar nos ventos, por entre as nuvens, em lances profundos
No mais sublime dos prazeres a que o ser se delega
A timidez tão visível, em ti, há pouco
Agora é puro desejo – um desejo tão louco…
Em corpo, que padece, em egoísta desventura.
Vivem-se momentos, em que nada nos basta
Enquanto, um corpo, pelo outro, se arrasta
Exaltando o mais sublime do momento, que perdura
Ó amada minha, que, de meu âmago, és dona
Tu és, em minha vida, a bela e doce hormona…
Eu viajo, contigo, pelos paraísos da puberdade
Quisera, eu, que este nosso delírio fosse fecundo
Para, que uma alma gémea, tua, pudesse vir ao mundo
E se pudesse perpetuar, este amor, pela eternidade…
apsferreira
apsferreira
Dedico este poema à Virgínia, uma amiga que hoje mostrou acreditar na potencialidade do amor, mesmo que ele comece a desenvolver-se à distância e fez-me sentir isso, vivamente.
É do que fala este poema, que escrevi, recentemente, a alguém que teve uma importância muito grande na minha vida.
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