Não dei importância ao que me era mais valioso, mais valioso que qualquer outra coisa que existisse ou estivesse para existir. Larguei-te como quem tem uma mão aberta cheia de areia numa praia ventosa. Sem se quer me aperceber de nada, acto impensado, sem noção de realidade nenhuma.
Hoje dei por mim com a minha mãe a tentar acordar-me para ir almoçar, e depois de eu olhar para a minha mesinha de cabeceira, para a nossa foto, a única coisa que me apeteceu foi adormecer outra vez e não acordar mais. Cobarde da minha parte, mas enfim é o que eu sou.
A luz que outrora brilhava no meu sorriso, nos meus olhos, desapareceu completamente como sugada para um buraco negro. A constante vontade de vomitar tudo, quando me olho ao espelho e tenho vergonha do que vejo. Um ser que nem para si mesmo é bom, que só deve ser mais uma sombra neste mundo onde são poucos os com a sorte dele, e que não aproveitam nada do que tem.
Sempre que não tenho nada a distrair os meus olhos eles invadem-se de lágrimas , como se não quisessem ver mais nada.
Dou-me conta do quanto tu vales, do que eu perdi só por minha causa, dou conta dos milhares de sorrisos que demos, das lágrimas que derramamos, de tudo por que eu lutava. Estraga-do em menos de um dia, por mim. Se tiver de viver com a culpa do amor da minha vida ter acabado por minha culpa pois então muito bem, que venha então essa missão porque é o que eu mereço. Quero o castigo eterno de te amar, e não te poder tocar nem falar. Não quero que tenhas pena de mim porque eu não mereço pena de ninguém, nem de mim eu mereço pena.
Sei que as minhas palavras não valem nada, mas quero-te pedir desculpa por todo o sofrimento que te causei, juro que não tenho nenhum gosto ou orgulho nisso, pelo contrario, enoja-me repugna-me.
Espero que consigas ultrapassar o desgosto porque eu te fiz passar e consigas ser feliz como tu mereces ser
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Re: A minha despedida
