Se você fizer uma revolução, faça curtindo,
Não me venha com uma cara zangada
de seriedade mortífera,
faça uma revolução engraçada.
Não a faça por odiar as pessoas
e, sim, só para abrir os seus olhos.
Não faça uma revolução por dinheiro,
faça-a por fazer e que o dinheiro se dane.
Que a revolução não seja pela igualdade,
mesmo porque iguais nós já ficamos demais:
gozado agora seria ter o caldo entornado
e ver que rumo as coisas tomam rolando.
Não faça uma revolução pela classe
dos trabalhadores, mas sim para que cada um de nós
possa ser uma aristocracia em si mesmo
pulando com euforia, como os burros que escapam.
Sobretudo não faça uma revolução em defesa
do serviço do qual nós já tivemos bastante.
Vamos abolir o serviço, a ocupação compulsória!
O trabalho pode ser divertido, curtido pelos homens,
e assim não ser mais serviço.
Vamos fazer assim!
Vamos fazer uma revolução por prazer!
David H. Lawrence(1885-1930), escritor e poeta inglês. Poema traduzido por Leonardo Fróes.