Onde andará meu amor,
Que caminhos serão que lhe acolhe,
Que sonhos embalam seus dias,
Quem sabe lembranças de nós,
Quisera só pensando em mim.
Tomara que aquele riso ainda vigore,
Emoldurando seu rosto ainda tão meu,
Não haverá de estar triste, talvez calada,
Lembrando meus braços e meu abraço,
Rogando um beijo dos tantos que lhe dei.
Imagino-a caminhando cabisbaixa,
Pés descalços na areia, na praia,
Ventos saudosos vindo do mar,
Acariciando seus cabelos revoltos,
Bem do jeito que eu queria fazer.
Talvez ouvindo a mesma música,
Que coloria nossas madrugadas,
Que entendíamos somente nossa,
Que aconselhava nossos sonhos,
Interrompidos pelos destemperos.
Não quero em seu rosto nenhuma lágrima,
Nem dor, nem tristeza nas lembranças nossas,
Nenhuma mágoa haverá de estar represada,
Pois, melancolia já basta em um só coração,
E as lágrimas do meu rosto já valem para dois.