Nesse espaço imenso, cores indefinidas,
Milagrosamente vagueia uma bola,
Não sei dimensionar o tamanho,
Uma bola agora grande, de cores mil,
Rolando, como que girando, perdida,
E eu me aproximo, mais, bem mais.
Transpasso o espaço e entro, e olho,
Um mundo, de terras, homens, natureza diversa,
Entro mais e me surpreendo e me encanto,
Olhos correm por todo e longo alcance,
Alcança pouco, muito pouco, e me sinto pequeno,
Desço mais e me sento e olho ao redor.
Árvores, pássaros, cantos, morros, nuvens,
Onde a vista alcança tem céu, infindo,
Baixo os olhos, olho os pés, o chão, a terra,
Folhas podres, capim seco, formigas, insetos mil,
Levanto os olhos, olhos acima , azul celeste, infinito,
E a solidão me toma, me engole, me deprime.
Levando, caminho, caminho muito, fumaças ao longe,
Caminho mais, barulhos, casas, prédios, buzinas, gente,
Muita gente, algazarra no ar, semblantes silenciosos,
Caminhar apressado, esbarrões, caras feias, broncas,
Xingamentos, risos, raivas, acenos, ignorância,
Ordem e desordem, misturas inteligente e louca.
Então me afasto, os pés saem do chão e subo, mais,
E vou me distanciando na altura, barulho já longe,
O tudo se distanciando, ficando pequeno, menor,
E subo ainda mais e aquele mundo ficando ainda menor,
Afasto-me mais, mais... Bem mais, espaço adentro,
Já vejo só a bola vagando, cada vez menor, menor, bem menor.