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Prosas Poéticas : 

ENGANAR A MORTE

 
Tags:  vida    morte    prosa poética  
 

Gê Muniz

ENGANAR A MORTE

deixou tudo para depois
desde as importantes coisas
às coisas
poucas

cada pequenino ou grande detalhe
até os diminutos entalhes
de sua estadia
impostos pelas supostas necessidades
desta vida

se assim não fosse,
pensava,
a pena não valeria

assim proceder, ao entender dele
era galhardo
valentia

caso contrário
se sentiria extremamente
frouxo
trouxa

deixava-se doce
levar-se
pelas ondas
dos desenredos do
fosse o que fosse...

era-lhe até difícil
deixar toda e qualquer tarefa
por se fazer
e abandoná-las para se eternizarem
nos amanhãs
de todos os finais que
não podem
porque dormem...

largou até
lá um pouco mais
à frente
a necessidade de curar-se
desse seu indecifrável
contentamento inerte
demente

foi assim
exatamente assim
sem razões naturais
para viver
sem menos
nem mais
que morreu
achando que enganaria
a morte

e
isso,
isso sim
foi para sempre
 
Autor
GeMuniz
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Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 28/10/2010 13:41  Atualizado: 28/10/2010 13:41
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: ENGANOU A MORTE
Amigo Poeta
Gê!

Pelo que pude entender, ele se achava esperto em ser digamos até meio burrinho.
Passou como a água, límpido, insípido e sem cheiro pela vida.
Será poeta?
Gostei de ler!
Bjo no seu coração
♫Carol


Enviado por Tópico
JBMendes
Publicado: 28/10/2010 13:54  Atualizado: 28/10/2010 13:54
Autores Clássicos
Usuário desde: 13/02/2010
Localidade:
Mensagens: 5222
 Re: ENGANOU A MORTE
Querido Poeta GeMuniz - Linda e emblemática sua reflexão sobre o receber a morte sem se importar...
Parabens
Um abraço fraterno JBMedes.

PS
Ge gostaria que abrisse "www.goear.com JBmendes sus canciones" onde já coloquei qlgumas músicas para o piano. Gostaria comentasse algumas - destaco TEMA de AMOR, ESTUDO 5 e PTIT CLAIR DE LUNE.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/10/2010 14:24  Atualizado: 28/10/2010 14:24
 Re: ENGANOU A MORTE
Niguem dura para sempre quem pensa assim ou anda ou foi enganado a vida é preciosa de mais para se viver com medo de amanha o que sera sera
gostei do poema.


Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 28/10/2010 15:47  Atualizado: 28/10/2010 15:47
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: ENGANOU A MORTE
Enganar a morte, tai uma missão impossivel, ne? Muito bom seu texto!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/10/2010 18:08  Atualizado: 28/10/2010 18:08
 Re: ENGANOU A MORTE
Não é das melhores peças poéticas, na minha modesta opinião, que tenho lido deste autor,aqui no Luso.
Este poema, todavia, parece-me ser marcante, do seu estilo. Por isso o comento.
GMuniz serve-se, por regra de um léxico corrente, não rebusca palavras, mas trata com desenvoltura a Língua, expressando as mensagens de forma límpida e categórica. O que confere espontaneidade aos seus poemas, que é a primeira característica da autenticidade,própria do poetas de vocação.
Depois, os seus poemas, como este, são coerentes e completos, possuem cabeça tronco e membros. Tudo isto, associado à criatividade e originalidade fazem dele um poeta de talento.
Aplaudo

Abraço




Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 28/10/2010 18:34  Atualizado: 28/10/2010 18:34
Colaborador
Usuário desde: 24/07/2007
Localidade: BRASIL
Mensagens: 6868
 Re: ENGANAR A MORTE
Você é um elencado poeta, talvez um dos melhores e mais completos dessa geração. Drible a morte, fale de sonhos, faça poesia mesmo com a alma. O léxico, a coesão e coerência são consequência da sua completa formação individual. Se existe certidão de nascimento de um poeta, o teu nome realmente foi registrado.

Abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/10/2010 20:11  Atualizado: 28/10/2010 20:11
 Re: ENGANAR A MORTE
Gê, nem preciso dizer muito, sabes que gosto das tuas letras, beijos querido amigo.


Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 28/10/2010 23:08  Atualizado: 28/10/2010 23:08
Colaborador
Usuário desde: 08/07/2009
Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
Mensagens: 4549
 Re: ENGANAR A MORTE
Na expectativa de um amanhã ainda inexistente,
tudo vai ficando para ontem. Um erro no viver
da vida. O amanhã é e ser+a sempre uma
incognita. Vivamos então o hoje, sem pretensóes ilusórias.

Não se a minha leitura está correcta, mas foi assim que li o teu poema.
Beijinhos Gê
Antonieta

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