Porque demoraste tanto?
Ouviste nosso lamento?
Vens acabar o tormento
Por fim secar nosso pranto?
Quem fica sem teu alimento?
És fundamental, garanto!
Fresca vida tanto quanto
O Sol com o qual me esquento
Sem teu hálito não levanto
Heroína de nobre intento
Tu sem algum julgamento
Amas a todos, que espanto!
De audácia e refinamento
É revestido o teu manto
Espantas nosso quebranto
Até logo! Frio elemento
Oh, querida! Não sou santo
Mas a além do firmamento
Levarei, sim, teu fragmento
Sempre cantarei teu canto
No meu coração sustento
Teu sutil nome, que encanto
É Primavera! No entanto
É em teu poder que me assento
Te ansiarei sem desencanto
No próximo isolamento
Hoje és sem fim sentimento
Meu amor, como te amo tanto!