E de repente encontrar
em minha memória
o mistério de uma porta
que uma vez não quis abrir.
Transpô-la e descobrir do outro lado
o outro destino que nunca tomei.
Ver-me, então, sob a chuva de uma cidade desconhecida
ignorando o amor deste cão
que silencioso segue atrás de mim.
E sentir no meu inconsciente
que esta rua me conhece, e que,
detrás de outra porta que agora
me detém frente a si,
podem estar os objetos amados de outra casa minha
ou o espanto de achar de novo
a realidade do lugar onde sempre permaneci.