Escrever para quê?
Porque insisto em ti?
Tu sabes, eu sei que tu sabes que és o meu poema mais belo
Estranho, tão estranho como cresce a tua importância
Desconhecida para mim (ignorante dos sentimentos)
Até ao instante em que atiraste a verdade aos olhos castanhos
Que sorriem para a cor dos teus como forma de te abraçar
E porque continuo a insistir
Se sei que é um sonho impossível
Continuas perto mas sei que vais partir
E manter-te inatingível
Longe de um simples gesto de boa educação
Que me faz querer acordar todas as manhãs na ânsia de te ver
Se não te tenho choro, se não te sonho desmoralizo, se não te invento culpabilizo-me
Por não te ter desenhado no coração como forma de te sentir e de ter mais perto
Será obsessão?
Quero-te tanto, como te quero
E como te quero e sei que não te posso ter
Por dentro choro e desespero
E parece que estou a morrer
Vou morrendo lentamente porque ainda quero aproveitar o som da tua voz
E ouvir-te responder todas as manhãs ao gesto que te dirijo com felicidade no rosto
Invulgar, até esquisito como de um momento para o outro emerges assim na minha vida
E a tua imagem me acompanha como se me falasses ao ouvido
Vou continuar a querer-te embora saiba que não te vou ter
Mas vou sonhar-te…
Vou inventar-te…
E vou-te sempre escrever…
M.O.
Márcio André Alves Oliveira (M.O.)