Nasce a manhã com o sol
dependurado na janela
corre o rio leve, levemente
cantam os pássaros no
cimo de frondosas árvores
passeiam-se homens na
candura do dia solarengo.
Idosos instigam a sombra
crianças sustentam jogos
animais saltam de cá para lá
e as sombras deslizam pelas
paredes, indo ao encontro
das flores adormecidas
fechadas ao sopro do Outono.
A horizonte nuvens aziagas
casas vestindo-se de cinzas
fecham-se as portas à chuva
que ameaça corromper-se
quando a tardezinha se
aproxima do seu entardecer
atrapalhando o dia das gentes.
Faço versos ao que me é dado
ver, filigranas que eu teço
na folha alva ao meu dispor
ninguém é indiferente às águas
que caem em direcção aos
bueiros sopram ventos de nortada
cai a noite num repente.
Jorge Humberto
30/09/10