O homem joga-se no abismo...
O homem transforma-se no abismo...
O homem foge agonicamente do abismo...
O homem é essencialmente o abismo...
O homem singra caminhos longos, oblíquos, doridos...
O homem, habitando a selva de pedra do mundo iníquo,
É ventania, alegria, caixão, senzala, poesia, fuzil,
Escravos chibatados sobre o pelourinho...
O homem, em facundo desafio,
Posta-se frontalmente ao feral tanque assassino...
O homem: sulcos, dédalos, pedras, espinhos...
O homem pugna contra os doze signos do abismo...
O homem cai e se soergue assertivo, altivo...
O homem, favelas, utopias, trampos, caatingas, Sonoras, Savanas, redemoinhos...
O homem sonha com o sol da dignidade e do altruísmo...
O homem fica preso no templo da vilania e do egoísmo...
O homem trafega pela rodovia da vida-morte em período contínuo....
O homem perde-se entre amores, saudades, vórtices, descaminhos...
O homem floresce como laranjeira, esmeralda, pendão, criptográfico pergaminho:
A certeza jazendo na vivenda do eternal exílio!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA