Quem morde o pó da terra
À espera que ela aborte as palavras
Arrancadas com violência ao seio das raízes?
Quem move cabos de aço de nervos
À espera de um grito
Ou de um gemido
Que subleve na convicção das certezas
A pluviosidade das teorias
Há muito importadas de saberes primatas?
Quem recusa no jardim
A anarquia das cores elevadas a Oceano
Na alvura das bandeiras agitadas
Nos outeiros e telhados dos pássaros livres?
Clamam que amam um único deus…
Se ao menos soubessem amar?!
O amor é maior que o grito, o poema
Ou o sonho
Transbordado do leito de tranquilos arrozais…
É o toque de Midas
No coração gélido
Dos que não o conseguem sentir!
A chama inflamada da paixão
No peito ardente
Do comum dos mortais…
O amor é o vulgo dos animais!
antóniocasado