Recuso-me a ser aprisionada seja por quem for. Dou o meu melhor como mãe. Preocupo-me com os meus pais pela idade avançada e o receio do meu anunciado sofrimento, um dia. Sou uma cidadã que não se escraviza à sociedade. Vivo o meu mundo à parte. Sento-me no chão numa almofada oriental, cruzo as pernas entrando no Eu de Mim diante do meu jardim Zen e da minha Fonte, colocando um CD de meditação no meu leitor. Fecho os olhos e (re) vejo-me numa pedra salgada ao lado de possantes cataratas e verdes arbustos que só existem por ali... O incenso de Opium e todo este ritual ajuda-me a ser uma pessoa melhor. A liberdade desses momentos desenha-me o sorriso da alma que se reflecte no rosto. É disto que preciso para ser feliz, para nunca deixar morrer o outro lado da mulher que existe em mim. Um pouco selvagem e livre? Talvez…
Talvez um dia, também te conte outras coisas…
Já vai longa a missiva, perdoa-me minha querida amizade. Mas quando falo contigo é como se estivesse a pensar alto.
Até sempre*
Manuela Fonseca