A chamada «Música Alternativa», é uma opção à música convencional, como o Rock e o Pop. Os seus sons urbanos e crus, falam-nos da realidade do dia-a-dia. Guitarras e baterias e outros instrumentos vanguardistas, dão-nos a sensação de fazermos parte de alguma coisa, do tipo revolucionário e reivindicativo. Não nos sujeita à mesmice dos clássicos e dá-nos toda a liberdade de escolha. As letras são realistas e duras, onde a sociedade é explanada até ao seu mais ínfimo pormenor.Ao contrário das músicas convencionais, presas a logótipos, a «Música Alternativa», dá-nos o livre prazer de escolha, entre as suas variáveis.
Descobrimos novos sons a cada instante, e, uma música, não tem só um conjunto de oportunidades limitadas, é ilimitado o desdobramento e o pluralismo, o experimentalismo de suas músicas. Cientes de nós e de nossos sentimentos, a variabilidade da chamada «Música Alternativa», leva-nos ao âmago de nossas pessoas, enquanto seres sociáveis, com os mais diversos estímulos. É uma lufada de ar fresco, que nos renova e nos questiona, a todo o momento. A «Música Alternativa», apela à nossa consciência mais radical e mais atenta, sem entrar em anarquismos, mais próprios do Punk.
Seu som nada estereotipado, não sofre rotulagens nem é ufano, características do velho Rock, que se mantém inalterável, desde que apareceu, salvo raras excepções, vindas do Rock Progressivo. A experiência de escutar «Música Alternativa», é impagável e mexe com o nosso íntimo, faz-nos pensar e repensar na nossa comicidade, enquanto seres humanos, que lidam com o seu próprio ridículo. Apela às vicissitudes da vida, é andrajosa ou veste smoking, não tem estigmas nem preconceitos e é sempre eclética e aberta a novas propostas. Pega nos vários estilos de música e retira os seus excedentes, variando-lhes as formas
tradicionais. É uma mescla de sons, que nos deixa extasiados e aptos ao acto de criar, trazendo-nos muita inspiração e paz de alma. Só escutando os seus acordes, que percorrem os mais variados instrumentos, se pode entrar neste mundo mágico, da «Música Alternativa». Enquanto os outros tipos de música, são elitistas, e pró riquismo, a «Alternativa» é aberta ao diálogo, entre as várias correntes musicais. Vários são os artistas, de outras áreas, que experimentam a «Música Alternativa», saindo apaixonados dessa invulgar experiência. Muitos são,
os que entrando nos seus meandros, de lá mais não saem, enriquecendo-nos.
De um modo mais pessoal e interferindo na minha narrativa, não deixo de dizer que é através da «Música Alternativa», que eu crio a minha arte de poesia e de escrita, aconselhando a todos a escutarem e a darem-lhe uma oportunidade. Como foge às rotulagens, ao princípio pode ser meio confuso, estes sons urbanos,
mas aprendendo a sua linguagem, acessível a todos, logo nos tornamos seus simpatizantes aguerridos. É a própria vida que perpassa por nós, recebendo sangue novo e se maquilhando em um outro sangue. A «Música Alternativa» é um objecto de culto, para os seus seguidores.
Jorge Humberto
29/09/10